Castigos, palmadas e gritos. Esses são os métodos disciplinares usados por muitos pais, mães e responsáveis para educar seus filhos. Um estudo realizado pela Primeira Infância para Adultos Saudáveis (Pipas) e divulgado pela Agência Brasil mostrou que 73% acreditam que os castigos são necessários, 49% são favoráveis às palmadas e 25% defendem os gritos na educação. Os dados preocupam os especialistas, que temem um aumento de castigos, palmadas e outras medidas punitivas durante o isolamento social.
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“A criança está o tempo todo com os pais com as escolas fechadas. Muitas famílias estão vivendo situação de isolamento, tendo de lidar com questões financeiras e com a crise. Precisamos pensar que a criança pode estar exposta a um ambiente em que cuidadores estão estressados, e que podem eventualmente lidar com essa situação utilizando mais esse tipo de disciplina punitiva”, diz a diretora-assistente do Instituto de Saúde, responsável pela pesquisa, Sonia Venâncio.
O estudo, realizado em outubro de 2019, contou com a participação de 7.038 cuidadores de crianças de até 5 anos de idade, em Fortaleza e em mais 15 municípios cearenses. É preciso lembrar que essas práticas desrespeitam a Lei 13.010/2014, sancionada em 26 de junho de 2014. A “Lei Menino Bernardo” ou “Lei da Palmada” estabelece que crianças e adolescentes têm o direito de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante no Brasil.
A diretora-assistente do Instituto de Saúde explica que castigos e palmadas têm impacto negativo no desenvolvimento das crianças, podendo desencadear comportamentos agressivos e problemas de saúde mental, efeitos que podem durar até a fase adulta. Assim, Sonia recomenda aos pais que evitem o uso de violência na educação dos filhos. “O ideal é conversar com a criança e explicar o que é esperado do comportamento dela e quais as consequências de comportamento não adequado. Sempre priorizando o diálogo e dando bons exemplos.”